sábado, 6 de abril de 2013

A Verdade liberta

     "A verdade nos é tão essencial que o preço por sua perda é adoecer gravemente. Dessa forma, procuramos descobrir, por meio de um longo processo, nossa verdade pessoal, aquela que, antes de nos brindar com um novo nível de liberdade, dói continuamente - a menos que nos contentemos com um reconhecimento intelectual, o que nos faz permanecer na esfera da ilusão.

      Não podemos mudar em nada nosso passado, não podemos desfazer os males que nos foram imputados na infância. Mas podemos nos mudar, "consertar", reconquistar nossa integridade perdida. Isso é possível à medida que decidimos observar mais de perto o conhecimento sobre o passado arquivado em nosso corpo e decidimos colocá-lo mais perto de nossa consciência. Certamente, é um caminho desconfortável, mas é o único que nos oferece a possibilidade de, finalmente, deixar a invisível (e, ao mesmo tempo, cruel) prisão da infância, nos transformando de vítimas inconscientes do passado em pessoas responsáveis, que são cientes de sua história e, com isso, capazes de conviver com ela.

    (...) O que não raro mata é reprimir os sentimentos, cuja experimentação consciente poderia nos revelar a verdade. Ao contrário disso, o reavivamento e a consciência dos sentimentos da infância não matam: libertam" (Alice Miller).

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